sábado, 15 de fevereiro de 2014

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BBC, Em  Janeiro de 2014  as 08:41 hs

SÍRIA

Sírios 'comem grama' para enfrentar fome em Homs

Moradores da sitiada cidade de Homs, na Síria, estão tão desesperados por alimentos que têm comido 'qualquer coisa que cresça no chão, plantas, até grama', disse à BBC o sírio Baibars Altalawy.
A cidade está sob ataque das tropas do governo há mais de um ano e meio.
Segundo Altalawy, os moradores das partes sitiadas dependiam de alimentos, remédios e combustível enviados ao local quando o estado de sítio foi imposto. Mas esses suprimentos acabaram.
São 13 distritos, incluindo a histórica Cidade Velha de Homs, que estão 'totalmente sitiados', afirmou Altalawy.
'Há famílias, mulheres, idosos, feridos (ali), e muitos dos idosos precisam de medicamentos para doenças crônicas', prosseguiu o sírio. 'Não temos recebido nenhuma ajuda, tudo o que vemos diariamente são confrontos. Os rebeldes nas áreas sitiadas estão fazendo o que podem para impedir a entrada das tropas do regime.'
Fome
Na falta de alimentos, Altalawy diz que a população está colhendo qualquer tipo de planta ou grama. 'Daí cozinhamos com água, usando madeira (para o fogo), porque não temos gás'.
Só que essas gramas e arbustos têm causado indigestão e febre em alguns moradores. 'Alguns dias atrás, um idoso morreu seis horas após comer a grama.'
Altalawy afirma também que o bombardeio sobre a cidade não tem tido trégua - e que áreas de população civil estão sendo 'diretamente alvejadas' pelas forças ligadas ao presidente Bashar al-Assad.
'Muitos morreram porque não temos equipamento ou medicamentos para salvar suas vidas. O pouco que sobrou de remédio está vencido, mas temos usado mesmo assim.'
'Pouca esperança'
A situação médica é tão desesperadora quanto à situação humanitária, agregou. 'Quando alguém é ferido, só o que podemos fazer é rezar a Deus para aliviar sua dor, porque não podemos tratá-lo ou sequer alimentá-lo.'
Além da população sitiada, 700 mil pessoas foram forçadas a se deslocar por conta dos conflitos, diz o sírio - muitas estão abrigadas em prédios públicos ou em acampamentos improvisados fora das áreas bombardeadas.
Há 'pouca esperança' quanto aos sucesso das negociações em Genebra.
'Estamos à beira da morte, e não há formas de tirar os doentes ou feridos (da cidade). E sabemos que qualquer pessoa que tente escapar do sítio será morta com certeza.'

Universo

Explosão estelar iluminará o céu nas próximas semanas

Imagem mostra um ponto brilhante de luz na galáxia M 82 (Foto: UCL/University of London Observatory/Steve Fossey/Ian Howarth/Ben Cooke/Guy Pollack/Matthew Wilde/Thomas Wright)

Uma explosão estelar excepcionalmente próxima da Terra vai iluminar o céu nas próximas semanas.
A explosão da supernova será na Galáxia do Charuto, chamada assim devido ao seu formato. O local fica a cerca de 12 milhões de anos-luz da Terra e oferecerá uma oportunidade única para se estudar uma supernova.
A descoberta, no entanto, foi feita por acaso. Steve Fossey, um astrônomo do University College de Londres (UCL), da Grã-Bretanha, descobriu a supernova com um pequeno telescópio de 35 centímetros.
"Estávamos fazendo uma observação há uma semana com estudantes do UCL e, em uma das imagens que conseguimos, de curta exposição, pudemos ver este ponto brilhante de luz na imagem da galáxia. Imediatamente nos demos conta que isto era uma supernova, a explosão de uma estrela", disse Fossey à BBC.
Fossey consultou colegas de outros observatórios e confirmou a descoberta. A União Astronômica Internacional catalogou a supernova como SN2014J.
A supernova é tão brilhante que poderá ser vista com telescópios domésticos de boa qualidade ou até mesmo com binóculos, quando atingir o ponto máximo de seu brilho, algo que deve ocorrer dentro de uma semana.
Junto com observadores do mundo todo, Fossey se prepara para recolher informações e aprender tudo o que puder enquanto a supernova for visível no céu.

Oportunidade

O astrônomo explicou que esta galáxia, "em particular, é incomum e está muito próxima; uma supernova tão próxima como esta provavelmente ocorre uma vez em décadas".
"É uma oportunidade excelente para a frota de naves espaciais que temos e para os observatórios na Terra", acrescentou Fossey.
Foto: UCL/University of London Observatory/Steve Fossey/Ian Howarth/Ben Cooke/Guy Pollack/Matthew Wilde/Thomas WrightPonto brilhante em destaque na foto da galáxia
A supernova da Galáxia do Charuto, na constelação de Ursa Maior, permanecerá brilhante por cerca de um mês e os cientistas querem aproveitar ao máximo a possibilidade de conhecer todos os segredos desta galáxia.
"Um dos modelos aceitos é que ela tem o que chamamos de uma anã branca, que efetivamente é uma estrela como o Sol e que está na fase final de sua vida, inerte e quente, uma estrela que tem uma companheira binária, uma amiga, atraindo material dessa amiga e ficando maior e mais quente até que se detona a uma temperatura crítica e explode em pedaços", explicou o astrônomo.
"Com estas naves no espaço, podemos observar a onda expansiva deste material, desta explosão, ao impactar no material que há a seu redor, incluindo sua companheira. E esta é a chave, precisamos compreender a companheira", acrescentou Fossey.
O cientista afirma que esta poderia ser uma estrela como o Sol ou este poderia ser um outro tipo de evento espacial, que incluiria duas anãs brancas.
Para o cientista, compreender estes "estalos estelares" pode levar à resolução de outros mistérios, pois as "supernovas são faróis de luz". Além de ajudar a compreender o processo de morte de uma estrela, as supernovas são muito importantes pela luminosidade, que permite medir com precisão as distâncias entre as galáxias do universo, disse Fossey.
O cientista afirmou que os astrônomos estão vivendo semanas de "atividade furiosa" com os instrumentos ópticos espaciais e terrestres apontando para a direção da galáxia, para acompanhar este processo e conseguir toda a informação possível sobre o brilhante fim desta estrela.