O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) crucificou 17 pessoas no nordeste da Síria porque elas não realizaram o jejum do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos, informou nesta terça-feira (30) à Agência Efe o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdulrahman.
A ONG, que citou ativistas na região, explicou que 11 trabalhadores foram crucificados hoje na cerca de um quartel da "hisba", corpo parapolicial do EI, na cidade de Al Mayadeen, um das fortificações dos jihadistas no leste de Deir ez Zor.
Os radicais penduraram do pescoço de suas vítimas cartazes com a mensagem "crucificação durante um dia e 70 chicotadas por romper o jejum do Ramadã", e permitiram a vários menores de idade que assistissem à cerimônia. Além disso, um jovem recebeu a mesma punição pela mesma acusação em um monte próximo à cidade de Basira, também em Deir ez Zor, onde foi crucificado dentro de uma jaula de ferro desde o meio-dia até o entardecer.
Anteriormente, o diretor do Observatório, Rami Abdul Rahman, tinha apontado à Efe que cinco pessoas sofreram "penas" parecidas ontem por não terem cumprido o jejum do Ramadã em Al Mayadin. Abdul Rahman lembrou que nos últimos dias o EI decapitou várias pessoas na província de Deir ez Zor, onde degolou mulheres pela primeira vez.
Segunda-feira (29), a ONG revelou que os jihadistas tinham decapitado uma síria e seu marido, acusados de "bruxaria". O casal foi degolado com uma espada na rua Takaia, em um dos bairros controlados pelo EI na cidade de Deir ez Zor, capital provincial.
No domingo (28), outro casal foi assassinado do mesmo modo em Al Mayadin. Segundo dados do Observatório divulgados ontem, pelo menos 3.027 pessoas foram assassinadas pelos radicais na Síria desde que foi proclamado um califado neste país e no Iraque há um ano.