Relatório cita 28 piores países, destacando 16
A liberdade religiosa piorou no mundo inteiro, de
acordo com o relatório 2018 da USCIRF, sigla em inglês da Comissão dos Estados
Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional (http://www.uscirf.gov/), que analisa os dados
consolidados mais recentes (2017).
A lista de crimes contra a liberdade religiosa
inclui genocídio, escravidão, prisão arbitrária, estupro, deslocamentos
forçados, conversões forçadas, destruição de propriedades e proibição de
educação religiosa infantil.
As maiores violações contra a liberdade religiosa
ocorreram em 27 países do Oriente. No lado ocidental do mundo, o maior destaque
negativo em termos de restrições à liberdade de crença continua sendo Cuba.
- 16 países são
apontados como “de Especial Preocupação“, o que significa que,
neles, a violação à liberdade religiosa é “sistemática, contínua e atroz”,
além de contar com a tolerância e até mesmo a participação de governos
estrangeiros. Esses 16 países são os mesmos já apontados no relatório do
ano passado.
- 10 deles foram
oficialmente reconhecidos como “de Especial Preocupação” pelo Departamento
de Estado norte-americano, o que lhes acarreta maiores chances de sofrer
sanções comerciais e financeiras. São eles: Birmânia, China, Eritreia,
Irã, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Sudão, Tadjiquistão, Turcomenistão e
Uzbequistão.
- Os outros 6 países “de
Especial Preocupação”, embora não assim reconhecidos pelo Departamento de
Estado norte-americano, são o Paquistão, a Rússia, a Síria, a Nigéria, o
Vietnã e a República Centro-Africana.
“Destaques”
- PAQUISTÃO – é apontado como o pior em termos de liberdade religiosa no recém-mencionado grupo de seis países. Daniel Mark, o presidente da USCIRF, destaca que o Paquistão é líder mundial em prisões, condenações e julgamentos arbitrários baseados na polêmica “lei da blasfêmia”, derivada da aplicação da sharia. Há no Paquistão cerca de 40 pessoas condenadas por “blasfêmia” contra o islã, à espera da pena de morte ou cumprindo pena de prisão perpétua. No corredor da morte daquele país encontra-se Asia Bibi, uma trabalhadora católica do campo, casada e mãe de 5 filhos que, em 2009, bebeu água de um poço e, quando um grupo de muçulmanas a acusou de ter “contaminado a água” por ser cristã, defendeu-se retrucando: “Eu acredito na minha religião e em Jesus Cristo, que morreu na cruz pelos pecados da humanidade. O que seu profeta Maomé fez para salvar a humanidade?”. Foi o suficiente para ser condenada à morte por enforcamento, condenada por “blasfêmia”.
- CHINA –
Em 2017, completou 60 anos a Associação Patriótica Católica Chinesa, grupo
criado pelo governo comunista para tentar suplantar o Vaticano como
autoridade sobre os católicos do país. No ano passado, a China aumentou o
controle estatal sobre as religiões reconhecidas, o que faz parte da
campanha do presidente Xi Jinping para, segundo o relatório, “manipular
todos os aspectos da fé em um modelo socialista impregnado de
‘características chinesas’”. O relatório denuncia que as autoridades
chinesas usam até de tortura para forçar pessoas a renunciarem à sua fé.
- 12 PAÍSES DE “NÍVEL 2” – Além dos 16 países já citados acima, o relatório 2018 da USCIRF aponta em outros 12 um nível menos grave, mas ainda assim inaceitável de violações à liberdade religiosa: Afeganistão, Azerbaijão, Bahrein, Cuba, Egito, Índia, Indonésia, Iraque, Cazaquistão, Laos, Malásia e Turquia.
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