quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ampliar a evangelização nas universidades e escolas é meta da Comissão para a Juventude

  • A vivência da vocação na vida em sociedade é recordada pelo bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Eduardo Pinheiro da Silva, em sua carta mensal sobre a evangelização da juventude.
    De acordo com o bispo, “ao escutar a voz de Deus que nos chama para um determinado estado de vida e para um serviço qualificado à humanidade, nos sentimos convocados a fortalecer nossas convicções e a ser mais coerentes”.
     Dom Eduardo motiva também as lideranças juvenis para articulação de atividades de evangelização em universidades e escolas de ensino médio, que segundo o bispo, estão “carentes da presença da Igreja em sua missão de educadora”. São sugeridas pistas de ações para esse trabalho nas instituições de ensino, entre elas a criação de espaço de diálogo e o fomento do Setor Universidades, encontro periódicos com os jovens universitários, divulgação dos documentos e mensagens da Igreja, a promoção de fóruns e seminários etc.
    “Nos sintamos cada vez mais missionários de uma Igreja edificada na história para exercer sua missão delicada e primordial de educadora de valores e defensora da vida das pessoas”, disse dom Eduardo Pinheiro.
    Confira abaixo a íntegra da carta:
    Brasília, 1º de Agosto de 2014. 
    Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
    “Todos aqueles que ouviam o menino ficavam maravilhados
    com sua inteligência e suas respostas.” (Lc 2,47)
    Em diversas partes, as Sagradas Escrituras nos mostram a força da presença de Jesus que“ensinava como alguém que tem autoridade, e não como os escribas e fariseus” (Mt 7,28)! Ensinar “com autoridade” é falar com convicção e coerência. Estes dois elementos são essenciais e complementares. As verdades ensinadas e defendidas só são escutadas com respeito, quando aquele que fala empenha-se em viver aquilo que prega. Por outro lado, este testemunho de vida necessita de fundamentação sólida para ser mais incisivo e duradouro na vida das pessoas.
    Entramos no mês de agosto, mês vocacional. É um momento bem propício para revisarmos a vivência de nossa vocação. Ao escutar a voz de Deus que nos chama para um determinado estado de vida e para um serviço qualificado à humanidade, nos sentimos convocados a fortalecer nossas convicções e a ser mais coerentes.
    Somos tentados e pressionados por todos os lados e o desafio de viver com coerência a vocação cristã nos impõe aprofundamento da nossa fé. Dentro e fora de nós existem forças que nos obrigam às decisões. Ao lado de nossa tendência de comodismo e fuga, encontra-se uma cultura que avança em diversos aspectos questionando-nos constantemente sobre os fundamentos de nossa fé.
    Articular fé e razão se torna, portanto, um imperativo em nossa vocação de discípulos missionários de Cristo. Estamos convencidos de que o processo de amadurecimento da fé exige raízes que lhe garantam consistência, caso contrário estará fadada a se esvaziar diante das crises e dos questionamentos que os dias atuais se nos impõem. Assim, também, a Igreja não admite uma intelectualidade desconectada das outras dimensões da vida humana, inclusive da dimensão religiosa. O ser humano é belo quando considerado em sua totalidade!
    Mais do que nunca, a Igreja está sendo chamada a entrar no mundo acadêmico e universitário e exercer sua vocação na história de iluminar a vida, defender os princípios que a dignificam e defendê-la de ideologias relativistas, discriminatórias, manipuladoras, tendenciosas, reducionistas. “À medida que avança o processo de escolaridade, em especial na fase universitária, os jovens se fascinam pela racionalidade das ciências e tecnologias, pela eficiência e organização da sociedade produtiva e do mercado, pelo compromisso com a transformação social, de tal forma que sua fé pode entrar, em alguns casos, em conflito com a razão; mas pode, também, amadurecer com a contribuição dessa razão. A ação pastoral deve favorecer a base intelectual da sua fé para que saibam se mover de maneira crítica dentro do mundo intelectual, acompanhados de vida cristã autêntica para que possam atuar responsavelmente no mundo do qual fazem parte.” (Doc. 85 CNBB, 219)
    O Encontro de Revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil, acontecido em dezembro passado à luz do Documento 85 da CNBB, ao refletir sobre a 7a. Linha de Ação – DIÁLOGO FÉ E RAZÃO – definiu, assim, para os próximos anos, as duas PISTAS DE AÇÃO:
    1.     criar espaço de diálogo sobre o tema fé-razão nas comunidades e no mundo acadêmico;
    2.     fomentar o Setor Universidades, articulando as diferentes experiências já existentes.
    Nessas prioridades, notamos o pedido para que este diálogo aconteça tanto nos ambientes eclesiais quanto na universidade, por meio da força conjunta das experiências que já existem. Ao contemplar nossos universitários que estão presentes em nossas Comunidades, sentimo-nos responsáveis por auxiliá-los a valorizar a razão para amadurecer a fé; já nos ambientes universitários somos convocados a mostrar que a fé só tem a somar com as reflexões acadêmicas. Mesmo quando estas são questionadas pela fé, percebemos nisso um contributo significativo e não um empecilho para o desenvolvimento e o progresso, afinal de contas a religiosidade é uma das dimensões intrínsecas ao ser humano.
    A Igreja pode ousar mais na missão no mundo da cultura. Tanto a Universidade quanto as escolas de Ensino Médio estão, em muitos lugares, carentes da presença da Igreja em sua missão de educadora. Eis algumas sugestões que poderiam fazer a diferença nestes ambientes:
     1)    reunir periodicamente os jovens universitários que frequentam as celebrações eucarísticas paroquiais e, por meio do acompanhamento de um casal designado para isto, auxiliá-los no exercício do diálogo fé-razão, capacitando-os como especiais protagonistas cristãos em suas próprias universidades;
    2)    motivar os jovens mais engajados da paróquia a exercitarem a cultura da acolhida e do encontro, organizando uma espécie de “plantão universitário” na paróquia para atender e orientar os jovens que chegam de outras cidades e buscam informações, hospedagem, orientação espiritual;
    3)    divulgar os documentos e mensagens da Igreja que versam sobre diversas áreas socioculturais, facilitar sua aquisição e incentivar a leitura, principalmente entre os jovens, para que tomem consciência da posição católica frente a todos os campos que atingem a vida da pessoa humana;
    4)    criar, a partir dos próprios universitários engajados na paróquia, subsídios práticos(folders, spots, vídeos, etc.) sobre os conteúdos fundamentais da Doutrina Social da Igreja para serem divulgados de maneira rápida nos ambientes eclesiais e universitários, bem como pelas redes sociais;
    5)    promover fóruns e seminários nos estabelecimentos de ensino superior localizados no território paroquial, contribuindo com aprofundamento de temas mais polêmicos com relação à bioética, política, economia, cidadania, sexualidade, etc.;
    6)    visitar periodicamente as universidades e escolas presentes no território paroquial, criando vínculos e oferecendo assistência religiosa e serviços pastorais, como missas, sacramentos, palestras, grupos bíblicos, bênçãos, ensino religioso, iniciativas ecumênicas, homenagens em dias festivos, atendimentos, etc.;
    7)    descobrir os professores universitários que frequentam regularmente a paróquia e recolher suas sugestões de como a Igreja poderia se fazer mais presente nos ambientes acadêmicos, contribuindo, assim, com a qualidade da cultura, da formação, das reflexões, etc.;
    8)    promover e/ou acompanhar a pastoral nas universidades presentes no território paroquial, segundo os documentos e as orientações da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação, Setor Universidades, da CNBB;
    9)    solicitar às universidades para que incentivem e organizem grupos de alunos estagiários e voluntários para realizarem projetos sociais nas áreas mais carentes do território paroquial;
    10) incentivar a organização da Pastoral da Juventude Estudantil (PJE) nas Escolas de Ensino Médio e a celebração da Semana do Estudante (5 a 11 de agosto), segundo as orientações contidas no site www.pjebr.org.
    A edificação do Reino pela Igreja e a construção de um mundo novo, pela sociedade, falam a mesma linguagem quando possuem os mesmos ideais de vida plena para a pessoa humana e para o bem comum. Fé e razão, religião e ciência, são elementos intrinsecamente ligados. Alguns temas comuns avançam quando se somam a força da razão e o valor da fé: democracia, diálogo, felicidade, transparência, direitos individuais, liberdade, justiça, igualdade, respeito, vida plena para todos. “A Igreja continua profundamente convencida de que fé e razão se ajudam mutuamente, exercendo, uma em prol da outra, a função tanto de discernimento crítico e purificador como de estímulo para progredir na investigação e no aprofundamento” (Fides et Ratio, 100).
    Peçamos a intercessão de Nossa Senhora para que nos sintamos cada vez mais missionários de uma Igreja edificada na história para exercer sua missão delicada e primordial de educadora de valores e defensora da vida das pessoas.
    Com estima e agradecido por tudo aquilo que sua paróquia e estruturas já têm feito a favor dos jovens universitários e das instituições acadêmicas aos seus cuidados, abraço-os a todos com minhas orações.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sacrosactum Concilium é tema da 28ª Semana de Liturgia

Agentes e coordenadores da Pastoral Litúrgica, catequistas, professores de liturgia e sacramentos, bispos, presbíteros e diáconos estarão presentes na 28ª Semana de Liturgia, que será realizada de 13 a 17 de outubro, no Centro de Pastoral Santa Fé, em São Paulo (SP). O evento dá continuidade ao tema abordado na 27ª edição da Semana, ocorrida em 2013, “50 anos da Sacrosanctum Concilium (1963-2013): novo jeito de celebrar novo jeito de ser igreja”.
 Promovida pelo Centro de Liturgia Dom Clemente Isnard, em parceria com Unisal (Pio XI) e Rede Celebra, a 28ª Semana visa reafirmar a finalidade fundamental do Concílio Vaticano II de, ao restabelecer a relação entre liturgia e fé (cf. SC 1 e 59), “fomentar a vida cristã”, e buscar respostas aos desafios do momento presente por uma liturgia que seja, de fato, expressão e alimento da fé cristã.
De acordo com a organização, os participantes trabalharão conjuntamente em “busca de caminhos de inclusão da liturgia como parte integrante e privilegiada no processo de crescimento da fé cristã, tornando-se sua máxima expressão e fonte”.
No total, há 230 vagas. Os interessados devem preencher a ficha de inscrição disponível no site www.centroliturgiadomclemente.com.br, e efetuar o depósito da taxa. A ficha preenchida deve ser enviada para e-mail semanadeliturgia@yahoo.com.br ou pelo correio, junto com o comprovante de pagamento da taxa. 

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Igreja Universal do reino de Deus : EM QUE CREMOS

Há quase 4 décadas, a Universal expressa a sua fé e crença no Deus vivo. Com base na Bíblia, ela revela o poder que o Pai, o Filho e o Espírito Santo têm em transformar e salvar vidas.
Após a criação dos seres humanos, Deus-Pai foi o Primeiro a se manifestar ao homem, ensinando-lhe como seguir e obedecer às Suas doutrinas. Esses ensinamentos foram seguidos por Abraão, Isaque, Jacó e tantos outros heróis da fé.
Infelizmente, o homem deixou que o pecado corrompesse suas atitudes. Assim, muitos se desviaram do caminho certo e passaram a seguir as trilhas do seu próprio coração. Mas Deus, na Sua infinita graça e manifestação de amor à humanidade, enviou Seu Único Filho para trazer a Lei e cumprir os Mandamentos Divinos.
O Senhor Jesus Cristo, o Deus-Filho, foi o Segundo a Se manifestar ao homem. Quando veio ao mundo, Ele sofreu, foi crucificado, morto e sepultado, mas ao terceiro dia ressuscitou. Desta feita, garantiu a Salvação ao homem e a libertação deste de todos os sofrimentos. 
O Deus-Espírito Santo foi o Terceiro a se manifestar para a humanidade. Sua revelação é feita no coração. Assim, pode convencer o homem de seus pecados, mostrando, por meio da consciência, que uma pessoa pode errar, mas se houver um sincero arrependimento, Deus a perdoará. 
Desde o início, a Santíssima Trindade age com poder e sabedoria, e até os dias atuais revela a Sua vontade por intermédio da Bíblia, que foi escrita por homens divinamente inspirados, como mostra 2 Timóteo 3.16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra."
Mas o homem ou a mulher que tem a sua vida nas mãos de Deus só pode realizar a boa Obra quando se arrepende de seus pecados. E isso se dá por meio do batismo nas águas, realizado por imersão. Ali é sepultada a natureza humana, isto é, o pecado, e nasce uma nova pessoa, disposta a realizar a vontade de Deus na Terra.
Batismo com o Espírito Santo
O batismo com o Espírito de Deus é um ato de graça e é realizado pelo próprio Senhor Jesus em todos aqueles que desejam ser purificados e também andar em santidade. Por isso, a Universal fundamenta a sua fé e crença exclusivamente na Palavra de Deus, na Bíblia Sagrada. 
Santa Ceia
Entre os eventos, a Santa Ceia é a cerimônia mais importante. Ela não representa apenas um símbolo da participação do corpo e do sangue do Senhor, e sim o fortalecimento da Igreja física e espiritual. Além disso, serve para uma renovação dos votos de aliança com Deus.
Dízimos e ofertas
A Universal também crê que os dízimos e as ofertas são tão sagrados quanto a Palavra de Deus. Os dízimos significam fidelidade, e as ofertas, o amor do servo para com o seu Senhor. Todos os que servem a Deus têm o direito a uma vida abundante. É o que o Senhor Jesus afirma no livro de João 10.10: “... Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”
Enfim, a crença é que todos devem ter um relacionamento permanente com o Senhor Jesus pela fé e assim conquistar a vida eterna, a qual Ele prometeu a todos os que perseverarem até o fim."Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se Comigo no Meu trono, assim como também Eu venci e Me sentei com Meu Pai no Seu trono.” Apocalipse 3.21

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Mormonismo

Os mórmons, chamados também de Os santos dos últimos dias, são pessoas participantes de um movimento religioso criado no século XIX, nos Estados Unidos, por Joseph Smith Jr. Ele afirmou que teve uma visão com Jesus Cristo e Deus num momento de oração, quando esses lhe disseram que todas as igrejas estavam desviadas em relação aos seus princípios e que ele não deveria se firmar em nenhuma delas. Posteriormente, um anjo apareceu com placas de ouro escritas, que traduzidas para o inglês tornaram-se um só livro chamado Livro de Mórmon, que é utilizado juntamente com a Bíblia.
Dentro da doutrina mórmon, os seguidores enfatizam a família incentivando-as a permanecerem unidas na realização de seus estudos, priorizam a ingestão de alimentos de origem vegetal, não descartando a ingestão de carne moderadamente, acreditam na trindade, na punição do homem por seus próprios pecados, no sacrifício de Cristo, na organização primitiva da igreja, na construção da Nova Jerusalém na América, na submissão às autoridades e outras.
O líder de cada congregação, denominado bispo, 
é responsável por detectar os necessitados e 
ajudá-los. Para que isso ocorra, o bispo 
envia dois homens participantes de uma espécie
 de grupo de apoio para visitar os lares onde 
residem as famílias da igreja para relatar 
ao bispo onde há necessitados. As mulheres
 mórmons auxiliam na prestação de socorro aos
 necessitados

domingo, 20 de julho de 2014

I Ching baseia-se na ideia de mutação contínua que é dirigida por forças cósmicas yin e yang. Yin é o princípio passivo e feminino, já yang é o princípio ativo e masculino.

Mandala I Ching
O I Ching, também conhecido como Livro das Mutações, foi originado há cerca de 3.000 anos, na China. Baseia-se na ideia de mutação contínua que é dirigida por forças cósmicas yin e yang (sombra e luz). Yin é o princípio passivo e feminino enquanto yang é o princípio ativo e masculino.
O livro é bastante utilizado no país como fonte de sabedoria, além de ser consultado como oráculo por filósofos, religiosos, eruditos e até mesmo psicanalistas, como é o caso de Carl Jung que o utilizava nas análises que realizava. Fu Hsi é considerado o criador mítico do livro que é formado por 64 hexagramas que auxiliam as pessoas a tomarem decisões e a resolverem dúvidas de forma inconsciente.
Para consultar o Livro das Mutações deve haver concentração e pensamentos positivos, o que pode ser induzido com o incenso e músicas suaves. Deve haver estudos sobre as relações das linhas, para que não haja interpretações incorretas. Em linhas, trigramas e hexagramas o I Ching combina formas matemáticas constituindo sua estrutura formal.
O I Ching é consultado com a utilização da moeda sendo que cada uma representa um número. A partir do lançamento das moedas, o indivíduo formula perguntas práticas sobre sua vida e através dos números lançados encontrará a forma como deve agir e como se comportar internamente.

sábado, 19 de julho de 2014

Fé Bahá'í -- surgiu na Pérsia

Fé Bahá'í surgiu na PérsiaA Fé Bahá’í é uma religião que surgiu na Pérsia, hoje Irã, em 1844. Possui suas próprias leis e escrituras sagradas que se baseiam nos ensinamentos de Baha’u’llah e não possui rituais, cultos, cleros e dogmas.
Seus ensinamentos foram divulgados por todo o mundo e rapidamente a religião cresceu em quantidade de fiéis e disseminou-se em todos os continentes, principalmente na Ásia, na África e na América Latina.
• História
Originou-se a partir de Ali Muhammad Shirázi de Sayyid, comerciante que após vários exames se viu diferente e se consagrou Báb (a porta) e chamou de Bábis os seus seguidores. Em 1844, conquistou dezoito discípulos em Shiraz e os consagrou “letras da vida”. Báb dispersou-os para diferentes localidades a fim de se propagar, mas não teve muito êxito e estes retornaram a Shiraz. Neste período, todas as regiões do Irã conheceram a Fé Bahá’í e milhares dos moradores se converteram à religião, inclusive alguns islâmicos.
Em 1846, o Báb foi impedido de circular e censurado pelo regulador de Shiraz que temia pela quantidade de adeptos que por ele foram conquistados e pela rapidez com que crescia o movimento. Revoltados, seus seguidores protestaram e conseguiram libertar Báb da cidade, mas em 1848 foi novamente preso, desta vez em Chihrig, um lugar mais longe, para que este ficasse mais isolado de seus adeptos. Neste período, escreveu seu principal livro acerca de leis e ensinamentos.
Entre 1848 e 1850, houve diversos massacres por causa da prisão de Báb e como consequência destes, Báb foi levado a Tabriz e morto a tiros em público. Seu corpo foi resgatado por um seguidor e escondido por cinquenta anos em diferentes lugares, somente após este período seu corpo foi enterrado em Haifa.
Em 1852, os seguidores de Báb decidiram vingar-lhe, mas estes foram, na grande maioria, executados. Bahá’u’llah teve sua vida poupada por causa da sua ligação com o ministro russo em Tehran (eram cunhados) e por causa da sua posição social.
Bahá’u’llah juntamente com os seguidores que não participaram da vingança foram perseguidos, presos e este, nesta circunstância, escreveu seu principal livro, o Kitáb-i-Agda. Fundou a Fé Bahá’í e a divulgou em 1863, ano em que se proclamou o prometido de Báb. Bahá’u’llah foi preso e exilado em locais de extrema segurança, mas não o bastante para impedir que seu filho mais velho, Abbás Effendi, se tornasse portador e intérprete de seus ensinamentos. Abbás Effendi ficou conhecido como Abdu’l-Bahá, o servo da glória.
Características e Ensinamentos
• A Fé Bahá’í é monoteísta e acredita haver apenas um Deus que é cultuado com diferentes nomes.
• É contra qualquer tipo de preconceito e discriminação.
• É contra a má distribuição de renda e os conflitos entre países.
• Prezam pela harmonia entre ciência e religião.
• Buscam a verdade de seus ensinamentos sem clérigos.
• Coordenam suas atividades por meio de nove membros escolhidos por votação, em que maiores de 21 anos são permitidos a votar e a serem votados.
• Adota o número nove como número da perfeição já que é o maior dígito.
• Adotam templos de nove entradas com a exclusiva finalidade de realizar orações.
• Acreditam que a vida é somente um projeto para o crescimento espiritual que se inicia no ventre materno e se prolonga pela eternidade.
• Acreditam que a semelhança entre Deus e os homens é como um espelho para que o homem reflita as perfeições divinas, como a bondade, humildade, honestidade, veracidade, serviços e outras.
• Acreditam que o casamento é realizado pela união entre homem e mulher a fim de melhorarem a vida espiritual um do outro.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Exorcismo

São vários os relatos de exorcismo ao longo da história do homem
Exorcismo é o ato de expulsar ou expelir demônios ou espíritos malignos geralmente de pessoas; podendo existir casos envolvendo lugares ou objetos. Segundo a visão religiosa, o ritual de exorcismo só ocorre quando constatada a possessão demoníaca (pelo diabo ou seus anjos). Esse ritual é praticado por padres católicos, há relatos de que outras culturas também realizavam rituais semelhantes a esse. Atualmente, a Igreja Católica Romana ainda acredita em possessões diabólicas e seus sacerdotes realizam o “exorcismo real”, um ritual de 27 páginas onde se utiliza água-benta, preces e relíquias (ou símbolos cristãos) com o objetivo de expulsar demônios ou espíritos malignos. Existem igrejas protestantes que também acreditam em possessão demoníaca e praticam um ritual de expulsão desses espíritos, porém, diferente do catolicismo, o protestantismo executa a expulsão unicamente pelo uso do nome de Cristo e de palavras proféticas. Na Igreja Católica são praticados três tipos de exorcismo:
• Exorcismo batismal: é o ato de abençoar a criança antes do batismo com o objetivo de purificá-la do mal.
• Exorcismo simples: é o ato de abençoar um objeto ou lugar para acabar com toda e qualquer influência maligna.
• Exorcismo real: é o ato de expulsar Lúcifer e seus anjos de um ser humano.

Processo de Exorcismo
Quando chegam à Igreja relatos de que existe um possível caso de possessão diabólica, começa o processo de investigação. Procedimento necessário para esclarecer se a pessoa sofre de algum problema de saúde mental, pois todas as hipóteses humanas são investigadas. Estabelecido que se trata realmente de um caso de possessão verdadeira, a Igreja indica um exorcista, esse normalmente é o mesmo padre que realizou a investigação. No ritual (Rituale Romanum), o padre exorcista deve se confessar ou, pelo menos, obter um ato de contrição (arrependimento ou dor profunda por ter ofendido a Deus). Ele veste sua sobrepeliz e a estola roxa, faz o sinal da cruz em si mesmo e nos demais envolvidos no ritual, depois joga água-benta em todos e no recinto, isso serve para preparar o exorcista, as pessoas presentes e o local. Tudo sido feito corretamente, o ritual tem início com a chamada Ladainha dos Santos, em que o exorcista recita a ladainha e todos os presentes devem responder com fé e convicção.
Além da Ladainha dos Santos o padre lê o salmo 53, dá os comandos ao espírito que se encontra dentro do possuído. Todos leem todas as lições do evangelho e a parte mais importante do exorcismo que é quando o padre lê as palavras de expulsão de Lúcifer e seus anjos. Cantam o Cântico de Nossa Senhora (Lucas 1: 46-55) e falam a Oração após a libertação.

O ex-padre jesuíta e autoproclamado exorcista, Malachi Martin, diz que o exorcismo possui estágios típicos:
• Presunção: Lúcifer esconde sua verdadeira face;
• Ponto Fraco: Lúcifer revela-se;
• Conflito: há uma disputa entre o exorcista e Lúcifer pela alma do possuído;
• Expulsão: a batalha é vencida pelo sacerdote, Lúcifer abandona o corpo do possuído.
Qualquer ritual igual ou semelhante ao do exorcismo deve ser praticado unicamente por pessoas capacitadas, além de ser necessária uma investigação a fim de eliminar todas as possibilidades terrenas, para usar os recursos religiosos. Lembrando que já tivemos casos de morte durante a tentativa de exorcismo católico e protestante.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Carma e samsara

Elementos comuns em grande parte das religiões indianas, carma e samsara são conceitos fundamentais na compreensão da existência humana para determinadas religiões, como o hinduísmo, jainismo, siquismo e budismo. Na verdade, observando a significância de cada um deles, podemos ver que carma e samsara operam em conjunto na interpretação da vida e do processo de elevação espiritual.

De modo mais amplo, o carma funciona como uma espécie de lei de causa e efeito, no qual cada atitude, assimilada durante a vida, tem peso vital para as características a serem assumidas em uma próxima existência. Em outros termos, isso significa dizer que as características localizadas em sua existência atual são o resultado das escolhas e atitudes tomadas em outras vidas anteriormente assumidas.

Ao perceber os sucessivos renascimentos que o carma estabelece, observamos o desenvolvimento do samsara. Negando uma visão linear e progressiva, o samsara engloba todo o ciclo de renascimentos que um indivíduo assume. Na medida em que continua tomado por insatisfações e desejos, o indivíduo fica preso a esse ciclo de renascimentos. Conforme consolida bons carmas, ele pode superar esse processo circular com o alcance do nirvana.

Segundo cada tradição religiosa indiana, vemos que a reencarnação e o carma assumem lugares relativamente diferentes. Para os hindus, a alma é vista como um dado concreto e que migra ao longo do tempo em busca da salvação. Já os budistas renegam a identificação de uma alma estável para defender o princípio de que a carga dos carmas é que se transporta ao longo das existências assumidas. Por outro lado, os jainistas pregam que o carma seja uma substância atômica integrante da alma.

Quando atinge o nirvana, o seguidor de uma dessas religiões supera o sofrimento e o ciclo de renascimentos que se perpetuaram pelo samsara. A superioridade da existência vivida no nirvana é de uma magnitude tão elevada, que nenhum tipo de descrição terrena seria capaz de explicar suas características. Sendo um tipo de elevação inimaginável, ela não pode ser equiparada ao alcance da vida eterna, prestigiado em certas religiões.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ateísmo

O ateísmo pode ser observado em suas mais variadas diferenciações
Ao falar sobre o ateísmo, muitos tendem a simplificar tal ideia ao mero conjunto de pessoas que negam a existência de um ou vários deuses. Contudo, o desenrolar dessa questão está cercado de âmbitos mais complexos marcados pela postura e os pressupostos que definem as diferenças entre cada um dos descrentes. Dessa forma, podemos apontar que o ateísmo se desdobra em formas múltiplas de se reconhecer e agir em um mundo desprovido de deuses.
Para alguns ateus, a inexistência das divindades não se limita ao mero espectro de se colocar presença dessas em dúvida. Além de não acreditarem em Deus, muitos ateus defendem que seja possível – por meio de argumentos racionalmente constituídos – comprovar a ideia de que os deuses e sua realidade espiritual não sustentam a criação do mundo em que vivemos. Dessa forma, os integrantes do chamado “ateísmo forte” abraçam o desenvolvimento de um diálogo avesso à existência divina.
Em contrapartida, existem alguns ateus que encaram o ponto da insistência divina como uma opção de âmbito pessoal. Ao invés de se lançarem ao extenso simpósio vinculado ao tema, os representantes do “ateísmo fraco” limitam o abandono às divindades enquanto postura calcada em opções próprias. Sendo assim, estes ateus não se dispõem a participar ativamente do entrave existente entre os partidários da presença de Deus no mundo e os já citados ateus fortes.
Considerados por muitos como um desdobramento do ateísmo fraco, ainda podemos falar sobre a existência dos agnósticos. Os partidários dessa concepção preferem não se comprometer em uma posição rígida sobre o assunto. Para estes, não existem argumentos suficientemente maduros para que a inexistência de Deus seja terminantemente comprovada. Da mesma forma, não se convencem definitivamente que seres espirituais regem o processo existencial mundano.

Ao observar tantas modalidades do pensamento ateu, podemos ver que a questão pode girar em torno das mais variadas nuances. Ser ateu não implica necessariamente em atacar ou desprezar os demais indivíduos que se apegam à presença divina. De tal forma, observamos que assim como as formas de ver a interferência de Deus no mundo variam entre as diferentes religiões, a forma de se encarar a ausência divina também está cercada por um rico corolário de concepções e posturas.

domingo, 13 de julho de 2014

As religiões afro-brasileiras e o sincretismo

A troca entre as crenças foi corrente no desenvolvimento da cultura religiosa brasileira.        Durante o processo de colonização do Brasil, notamos que a utilização dos africanos como mão de obra escrava estabeleceu um amplo leque de novidades em nosso cenário religioso. Ao chegarem aqui, os escravos de várias regiões da África traziam consigo várias crenças que se modificaram no espaço colonial. De forma geral, o contato entre nações africanas diferentes empreendeu a troca e a difusão de um grande número de divindades.
Mediante essa situação, a Igreja Católica se colocava em um delicado dilema ao representar a religião oficial do espaço colonial. Em algumas situações, os clérigos tentavam reprimir as manifestações religiosas dos escravos e lhes impor o paradigma cristão. Em outras situações, preferiam fazer vista grossa aos cantos, batuques, danças e rezas ocorridas nas senzalas. Diversas vezes, os negros organizavam propositalmente suas manifestações em dias-santos ou durante outras festividades católicas.
Do ponto de vista dos representantes da elite colonial, a liberação das crenças religiosas africanas era interpretada positivamente. Ao manterem suas tradições religiosas, muitas nações africanas alimentavam as antigas rivalidades contra outros grupos de negros atingidos pela escravidão. Com a preservação desta hostilidade, a organização de fugas e levantes nas fazendas poderia diminuir sensivelmente.
Aparentemente, a participação dos negros nas manifestações de origem católica poderia representar a conversão religiosa dessas populações e a perda de sua identidade. Contudo, muitos escravos, mesmo se reconhecendo como cristãos, não abandonaram a fé nos orixás, voduns e inquices oriundos de sua terra natal. Ao longo do tempo, a coexistência das crendices abriu campo para que novas experiências religiosas – dotadas de elementos africanos, cristãos e indígenas – fossem estruturadas no Brasil.
            É a partir dessa situação que podemos compreender porque vários santos católicos equivalem a determinadas divindades de origem africana. Além disso, podemos compreender como vários dos deuses africanos percorrem religiões distintas. Na atualidade, não é muito difícil conhecer alguém que professe uma determinada religião, mas que se simpatize ou também frequente outras.
Dessa forma, observamos que o desenvolvimento da cultura religiosa brasileira foi evidentemente marcado por uma série de negociações, trocas e incorporações. Nesse sentido, ao mesmo tempo em que podemos ver a presença de equivalências e proximidades entre os cultos africanos e as outras religiões estabelecidas no Brasil, também temos uma série de particularidades que definem várias diferenças. Por fim, o sincretismo religioso acabou articulando uma experiência cultural própria.
Não cabe dizer que o contato entre elas acabou designando um processo de aviltamento de religiões que aqui apareceram. Tanto do ponto de vista religioso, quanto em outros aspectos da nossa vida cotidiana, é possível observar que o diálogo entre os saberes abre espaço para diversas inovações. Por esta razão, é impossível acreditar que qualquer religião teria sido injustamente aviltada ou corrompida.

sábado, 12 de julho de 2014

Vaticano reconhece formalmente Associação de Exorcistas Organização fundada nos anos 1990 conta hoje com cerca de 250 sacerdotes

Don Gabriele Amorth, presidente de honra da Associação dos Exorcistas
Don Gabriele Amorth, presidente de honra da Associação dos ExorcistasA Santa Sé reconheceu formalmente a Associação Internacional de Exorcistas, fundada nos anos 1990 e que hoje tem cerca de 250 membros em trinta países. O decreto que confere personalidade jurídica à associação foi assinado no dia 13 de junho, informou o jornal oficial do Vaticano, L'Osservatore Romano.
           O padre Francesco Bamonte, presidente da associação desde 2012, comemorou o novo status. “É uma fonte de alegria não só para nós, membros, mas para toda a Igreja”. Ele destacou que a tarefa dos sacerdotes é “acompanhar com humildade, fé e caridade” quem precisa de um cuidado espiritual e pastoral específico “no caminho da libertação”.
          Bamonte disse ainda esperar que outros sacerdotes “percebam a existência dessa dramática realidade, que geralmente é ignorada ou subestimada”. “O exorcismo é uma forma de caridade em benefício das pessoas que estão sofrendo, e também é, sem dúvida, uma obra de misericórdia corporal e espiritual”.
L’Osservatore Romano destacou que a ideia de reunir os exorcistas em uma associação surgiu ainda na década de 1980, quando a prática se difundia de forma secreta e muitos fieis recorriam a ela. A proposta de reunir os exorcistas era “trocar experiências e reflexões a fim de oferecer uma ajuda mais prática e eficaz”.
A Igreja Católica considera o exorcismo uma espécie de ciência. O padre que o realiza precisa ter atributos especiais e a autorização expressa do bispo a que responde. Co-fundador da organização, o padre Gabriele Amorth afirma ter realizado 160.000 exorcismos até o ano passado.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Igreja Adventista do Sétimo Dia

Igreja Adventista do Sétimo DiaEm 1863, a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi criada por pessoas que, através de estudos da Bíblia, passaram a compreender a palavra de Deus e seus propósitos desligando-se das coisas terrenas. Foram liderados por Ellen Gould Harmon que restaurou a fé de algumas pessoas que se viram frustradas por William Miller. Este pregava a vinda de Cristo e estabelecia a data que isso ocorreria fazendo com que as pessoas tivessem expectativas quanto a este dia que não viram. Eram aproximadamente 100.000 pessoas que se reuniram para aguardar a vinda de Cristo, o que não ocorreu.
Ellen, por sua vez, restaurou a fé dessas pessoas continuando a pregar a volta de Jesus Cristo utilizando a Bíblia para comprovar que não se sabe o dia e a hora de tal fato. Desde então buscam levar a mensagem da vinda de Jesus Cristo para o mundo, atentando as pessoas para que se prontifiquem para este encontro que pode ocorrer a qualquer momento, já que as profecias descritas na Bíblia, que antecederiam a vinda de Cristo, já estão se cumprindo.
Acreditam nas sagradas escrituras inspiradas por Deus;
No Deus Triúno;
Deus Pai como criador de todas as coisas;
Deus Filho encarnado em Jesus Cristo;
Deus Espírito Santo como fonte de inspiração, realização da encarnação e redenção;
A criação do mundo e de tudo o que nele há por meio de Deus;
A natureza humana semelhante à de Deus;
O conflito travado entre Jesus e Satanás;
A trajetória de Jesus Cristo como homem obediente e temente a Deus
Além de outras.
Seguem rigorosamente os ensinamentos bíblicos como guardar o sábado, não ter vícios, não comer algumas espécies de carne, utilizar o batismo como confissão de fé bem como a santa-ceia como símbolo de comunhão entre o homem e Deus e tantas outras

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Muçulmanos convertidos sofrem perseguição no Paquistão

Muçulmanos convertidos sofrem perseguição no Paquistão Diego Ibarra Sanchez/NYTNS
Numa porão úmido nos arredores de Cabul, Josef lia sua surrada Bíblia azul à luz de uma lanterna de propano, como fazia há semanas, desde que fugiu de sua família no Paquistão.
Suas poucas posses estavam ao seu lado, na sala de pedra e terra medindo 3 por 3 metros. Ele mantém uma cruz de madeira com uma passagem do Sermão da Montanha escrito sobre ela, um maço de cigarros e uma fina pasta de plástico contendo registros de sua conversão ao Cristianismo.Os documentos são o motivo pelo qual ele está se escondendo. No papel, a lei afegã protege a liberdade de religião, mas a realidade no Afeganistão (e em outros países muçulmanos) é que renunciar ao Islã é uma ofensa capital.O cunhado de Josef, Ibrahim, chegou recentemente a Cabul, deixando para trás sua família e seus negócios no Paquistão, para caçar e assassinar o apóstata. Por telefone, Ibrahim, que usa apenas um nome, ofereceu US$20 mil a um repórter do New York Times para lhe informar do paradeiro de Josef.— Se eu o encontrar, assim que tiver acabado com ele, vou matar também seu filho, pois seu filho é um bastardo —, declarou Ibrahim, referindo-se ao filho de três anos de Josef. — Ele não tem um pai muçulmano —.Para Josef, de 32 anos, que pediu para ser identificado por seu nome cristão para proteger sua esposa e filho pequeno, o caminho ao Cristianismo foi apenas um segmento de uma jornada muito mais longa – um ano de vagar que o levou pela Turquia, Grécia, Itália e Alemanha, buscando refúgio da violência afegã.Mas em cada parada ele encontrou desgraça. Foi detido na Grécia, deportado da Alemanha e morou nas ruas da Itália até entender que não haveria final feliz na Europa, onde seu pedido de asilo não deu em nada. Ele voluntariamente trocou a Itália pelo Paquistão para ficar com sua esposa e filho, mas essa já não é uma opção.Tampouco se reverter ao Islã. — Eu herdei minha fé, mas vi muitas coisas que me fizeram descartar minhas crenças religiosas—, explicou Josef. — Mesmo se eu for morto, não vou me converter de volta —.Oficialmente, não existem cristãos afegãos. Os poucos afegãos que seguem a fé o fazem escondido por medo de perseguição, frequentando uma de um punhado de igrejas clandestinas que funcionam no país. Expatriados usam capelas de embaixadas, mas essas são efetivamente inacessíveis aos afegãos.Apenas alguns poucos afegãos convertidos surgiram na última década, e o governo lidou com eles de forma rápida e silenciosa: eles são convidados a se retratar, e caso se recusem, são expulsos – geralmente para a Índia, onde uma igreja afegã prospera em Nova Déli.Num país de uma pobreza debilitante, divisões étnicas e décadas de guerras, a piedade islâmica oferece um raro fio de solidariedade nacional a muitos afegãos. Rejeitar o Islã é considerado uma traição.— A identidade religiosa é a única coisa que os afegãos podem reivindicar —, explicou Daud Moradian, professor da American University no Afeganistão. — Eles não possuem uma identidade nacional, eles não possuem uma identidade econômica, e não existe classe média ou classe trabalhadora aqui —.Isso deixa Josef praticamente sem opções de segurança. A polícia não ajudaria em nada: convertidos relatam surras e abuso sexual enquanto estavam presos. Sua família no Afeganistão também é um beco sem saída: seus tios também o estão caçando.Josef contou ter perdido sua fé bem antes de descobrir que poderia substituí-la. A maior parte de seus irmãos emigrou para a Alemanha quando ele era adolescente, mas ele ficou para cuidar de seus pais idosos. Dirigia um táxi durante a noite e estudava medicina, obtendo um diploma da Universidade de Medicina de Cabul.Ele se aguentou durante a guerra civil, o repressivo regime talibã e a invasão do Ocidente, mas um tiroteio sem sentido que viu de perto em 2009, quando um menino de 8 anos morreu nos braços da mãe, finalmente quebrou sua determinação de ficar.Ele emprestou dinheiro de sua família e trabalhou turnos dobrados até conseguir pagar um contrabandista para levá-lo à Europa. Deixou para trás sua mãe, que morreu pouco tempo depois, e sua esposa grávida, que se mudou para o Paquistão para ficar com sua família.Após 15 dias na Alemanha, ele se entregou e pediu asilo, e foi mantido num campo de refugiados onde a monotonia era quebrada por visitas de missionários.— Acho que fiquei impressionado com a personalidade de Jesus —, afirmou ele. — O fato de ele ter vindo para pagar todos os nossos pecados, isso me tocou. Admirei seu caráter e personalidade muito antes de ser batizado —.Quando foi libertado para viver com sua irmã em Kassel, procurou uma igreja em Hanover e se converteu - uma decisão que seus irmãos aceitaram com naturalidade.O alívio teve vida curta; as autoridades alemãs voltaram a prendê-lo e o deportaram para a Itália – porque ele não havia pedido asilo no país da União Europeia onde havia sido inicialmente processado, conforme a lei. Sem família ou amigos na Itália, buscou ajuda de igrejas e instituições de caridade que lhe ofereceram comida, mas não abrigo.Desabrigado, sem dinheiro, deprimido e com a saúde piorando, Josef desistiu e foi morar com sua esposa e a família dela, no norte do Paquistão.Conhecendo os riscos de seu segredo, ele guardou cópias de seus documentos de asilo e lembranças de sua conversão num pen drive que carregava no bolso, encontrando algum conforto em levar esses materiais consigo.Num dia de março, porém, ele deixou o pen drive em casa. Enquanto resolvia algumas coisas, um dos irmãos de sua esposa pegou o dispositivo para salvar um arquivo e descobriu o que havia nele.Quando Josef voltou para casa naquela noite, seus cunhados o agarraram pela garganta e o espancaram. — Nós amarramos suas mãos e pernas e queríamos matá-lo—, contou Ibrahim. —Foi meu pai que interveio, e explicou que queria conversar com a família dele primeiro—.O pai disse que eles pediriam orientação aos tios de Josef, e enquanto isso, ele ficaria trancado num quarto na lateral da casa, amarrado.No meio da noite, Josef conseguiu escapar, esgueirando-se da casa sem um último adeus a sua esposa e filho. Pegou um ônibus noturno até a fronteira com o Afeganistão. No caminho, telefonou para um amigo de infância para pedir ajuda, e então ligou para sua irmã na Alemanha, chorando em seu celular.Na Alemanha, sua irmã (que pediu para não ter o nome divulgado por medo de dar pistas aos perseguidores do irmão) garantiu que, desde então, não teve mais notícias de Josef.Aqui, ajudar um convertido é quase tão desprezível quanto ser um deles, mas seu amigo o ajudou assim mesmo, escondendo-o no porão de uma casa vazia e levando comida uma vez por semana.— Quando estava tudo bem, ele sempre foi generoso comigo —, declarou seu amigo, que falou em condição de anonimato devido ao risco. — Agora ele está em perigo, precisa da minha ajuda, e eu não tenho escolha a não ser ajudá-lo —.Para Josef, que recentemente mudou de esconderijo, o tempo agora passa lentamente, com pouca companhia além de sua Bíblia.— Quando joguei fora minhas convicções, era difícil conversar com as pessoas sobre o assunto—, contou ele, uma brasa vermelha pulsando na ponta de um cigarro. — Era como uma prisão imaginária —. Ele fez uma pausa, a luz de sua lanterna de propano lançando uma longa sombra na parede. — Agora é o contrário— , disse ele por fim. — Meu corpo está na prisão, mas minha alma está livre .